quinta-feira, 28 de março de 2024

Formula E: Lola e Yamaha fazem parceria para competir em 2025


A Lola Cars confirmou esta semana o seu regresso às pistas, numa colaboração técnica com a Yamaha Motor Company, possibilitando a entrada no Campeonato do Mundo de Fórmula E como construtor a partir da 11ª temporada, ou seja, 2024-25. A ideia desta colaboração é o de reunir competências para desenvolver grupos motopropulsores elétricos para os monolugares da Fórmula E.

Estamos entusiasmados por confirmar a nossa entrada na Fórmula E. Para nós, esta é mais do que uma oportunidade de fazer regressar a Lola às pistas, é também uma plataforma fantástica para o desenvolvimento tecnológico”, começou por explicar Mark Preston, o diretor de ‘motorsport’ da Lola Cars Ltd. “A Lola Cars tem um historial de sucesso no design do chassis e de aerodinâmica. Este projeto permitir-nos-á criar uma plataforma electrificada única, centrada no software, que servirá de base aos planos mais vastos da Lola para definir o futuro da tecnologia dos desportos motorizados”, continuou.

Till Bechtolsheimer, presidente da Lola Cars Ltd., alinhou no mesmo entusiasmo na entrada da marca na competição elétrica. 

Estamos incrivelmente entusiasmados com a parceria com a Yamaha Motor Company ao entrarmos no Campeonato do Mundo de Fórmula E”, começou por afirmar. “Sermos selecionados por um dos construtores mais inovadores do mundo para uma parceria num projeto desta importância é um testemunho do calibre da equipa que temos vindo a construir na Lola. O foco deste projeto está diretamente relacionado com o desenvolvimento tecnológico, no qual a Lola está totalmente investida. Vemos o grupo motopropulsor elétrico de 350 kW altamente eficiente que sustenta o perímetro do fabricante na Fórmula E, como uma tecnologia fundamental com aplicações interessantes em muitas formas de desporto automóvel internacional de topo nos próximos anos”.

Do lado da Yamaha, Heiji Maruyama, Diretor Executivo e Diretor, Yamaha Motor co., Ltd, fala sobre a parceria com a Lola e os resultados que pretendem conseguir através da sustentabilidade elétrica. 

A Yamaha Motor Company está a acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de várias tecnologias que contribuem para a sustentabilidade. Como parceiro técnico, esperamos adquirir tecnologias de gestão de energia mais avançadas através do mais alto nível nas corridas elétricas da Fórmula E. Também partilhamos a nova filosofia de automobilismo sustentável da Lola e estamos muito satisfeitos e honrados por formar esta parceria com eles”.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Formula 1: Williams acredita que terá dois chassis em Suzuka


A Williams acredita que terá dois chassis funcionais na próxima corrida do campeonato, que acontecerá em Suzuka, na semana que vêm. Depois do acidente de Alex Albon e do embaraço de ter um chassis funcional ao ponto de Logan Sargent ter de dar o chassis ao piloto tailandês, para poder competir no fim de semana australiano, a equipa pensa que apesar da complexidade das reparações, a equipa está a fazer progressos significativos e ter dois chassis prontos para a jornada nipónica da Formula 1.

"Definitivamente, vamos ter dois chassis no Japão, mas não acho que seja possível um terceiro, porque a carga de trabalho que temos agora devido a esta mudança vai atrasar este processo”, começou por explicar James Vowles, citado pela publicação Speedcafe. “Há uma quantidade finita de recursos. Podemos colocá-los para garantir que temos dois carros construídos com a quantidade correta de peças sobressalentes no Japão ou o chassis adicional”, continuou.

O responsável da Williams revelou ainda a extensão dos danos resultantes do acidente de Alexander Albon, na sessão de treinos livres do GP da Austrália:

A caixa de velocidades partiu-se em duas, os apoios do motor ficaram completamente dobrados e o motor está basicamente destruído. O chassis, na parte dianteira direita, onde a suspensão entra, está desfeito – é a melhor forma de o descrever. Consigo meter o dedo no chassis, o que não deveria ser possível, só para esclarecer”.

Formula E: Porsche revela nova decoração para Tóquio


A Porsche revelou esta quarta-feira uma decoração especial para os dois monolugares da equipa de fábrica, para a jornada de Tóquio da Formula E. A nova decoração teve como objetivo celebrar a parceria com a TAG Heuer. O novo visual exclusivo do Porsche 99X Electric, presta uma homenagem visual a Tóquio, aos famosos sinais de néon à noite e à cultura automóvel japonesa.

A ronda de Tóquio é a estreia da Formula E no Japão, e acontecerá nas ruas da megalópole nipónica. A corrida acontecerá pelas seis da manhã de domingo, numa altura em que Pascal Wehrlein é o segundo classificado, com uma vitória e 53 pontos, com António Félix da Costa com oito pontos, graças ao sexto posto na ronda de São Paulo.

terça-feira, 26 de março de 2024

A imagem do dia


O GP de San Marino de 1995 foi marcante, com a vitória de Damon Hill, num circuito de Imola que foi alterado após os acidentes fatais de Ayrton Senna e Roland Ratzenberger no ano anterior. Para os Ferrari, até foi um bom fim de semana, com Gerhard Berger e Jean Alesi a acompanhar Damon Hill no pódio, com uma boa qualificação entre eles - Berger foi segundo, Alesi, quinto.

Contudo, o fim de semana desse Grande Prémio ficou marcado por um incidente: os Ferrari cedidos pela Scuderia foram roubados. Eram dois 512M, a nova versão do modelo 512 (M era de "Modificata"), e depois desse incidente, os carros desapareceram de cena. Pelo menos, até agora.

É que há algumas semanas, um dos 512 que era usado por Berger foi encontrado em Londres, depois de 28 anos desaparecido. Descobriu-se que estivera no Japão este tempo todo, e fora para a Grã-Bretanha no inicio de 2023, depois de ter sido adquirido por um comprador americano. A Ferrari alertou a polícia em Janeiro, depois de ter feito verificações no modelo, e estes  terem trabalhado com a marca italiana e concessionárias de automóveis internacionais numa investigação extensa e minuciosa, o automóvel, no valor de 350 mil euros, foi recuperado ao seu dono. 

Mike Pilbeam, um dos agentes, afirmou sobre o caso: “O Ferrari roubado esteve desaparecido por mais de 28 anos antes de conseguirmos localizá-la em apenas quatro dias.” Não foram efetuadas quaisquer prisões. 

Pelo menos neste caso, houve um final feliz. Agora é só encontrar o carro de Alesi, que continua desaparecido. Espera-se que não dure outros 28 anos... 

Youtube Formula 1 Vídeo: O dilema de Max Verstappen

Max Verstappen é o piloto do momento, ganhando corrida depois de corrida, e desde 2022 é o campeão do mundo. Sim, o que se passou na Austrália no passado domingo foi uma exceção à regra, mas a tendência é esta: um neerlandês, numa equipa construída e apoiada por uma marca de bebidas energéticas.

Mas é assim desde os primórdios: já tivemos Alfa Romeo, Ferrari, Mercedes, Cooper, Lotus, Tyrrell, McLaren... todas estas equipas, pelo menos por uma ocasião, dominaram temporadas. A Ferrari, por exemplo, tentava aproveitar a primeira temporada dos novos regulamentos para dominar, porque os seus motores estavam adaptados a esses novos regulamentos. Os duelos são mais a exceção que a regra. 

Contudo, este aborrecimento, que até aborrece os mais comprometidos, teve os seus abalos, especialmente no inicio do ano, com o "caso Horner", onde, alegadamente, Christian Horner assediou uma funcionária da equipa, poderá abalar as fundações da Red Bull, ao ponto de rutura, a acreditar nos rumores. E é sobre Max, o seu domínio e tudo o resto que o Josh Revell fala no seu mais recente vídeo. 

WRC: Ford não meterá mais carros no Rali de Portugal


Foi um assunto que se ouviu baixinho nestes dias, como se fosse um buzzido de abelha: a Ford iria ou não colocar um terceiro carro de Rally1 no rali de Portugal. E por estes dias, esses rumores foram esclarecidos: não haverá um carro extra. Uma fonte da preparadora disse ao site sportmotores.com nesta segunda-feira que tal chance não irá acontecer.

"Atualmente, não existe qualquer plano para inscrever outro carro de Rally1 no Rally de Portugal", começou por afirmar a fonte da preparadora, a M-Sport. "Infelizmente, a M-Sport não está atualmente equipada para fornecer carros de Rally1 para participação em eventos individuais.", concluiu.

De uma certa forma, é o final de semanas de especulações sobre este caso. Nesta temporada, a M-Sport tem um alinhamento de dois carros, um para o luxemburguês Gregroire Munster e outro para o francês Adrien Formaux. Em alguns ralis, poderá alinhar um terceiro carro, como acontecerá no rali Safari, para o grego Jourdan Serderidis. Contudo, parecia que a marca poderia alinhar com um terceiro carro na ronda portuguesa, que acontecerá entre os dias 9 e 12 de maio. Primeiro, falou-se em Sebastien Loeb, no que seria um regresso em mais de ano e meio, mas o piloto francês afirmou que tal não aconteceria por causa das clausulas do seu contrato com a Dacia, no Mundial de Todo-o-Terreno.

"Isso posso negar em absoluto", explicou o piloto francês de 50 anos à revista italiana de desporto motorizado Autosprint, no inicio deste mês. Loeb afirmou que "tenho um contrato com a Dacia e não posso correr com outras marcas noutros campeonatos. Portanto, de momento não há corridas no Campeonato do Mundo de Ralis e também não há Extreme E, onde, pelas mesmas razões, não vou competir este ano", concluiu.

Nos dias seguintes, assoprou-se um rumor de que um piloto português poderia tentar a sua sorte com a M-Sport para correr neste rali, mas isso não passou de conversa na internet. Até agora, quando a marca resolveu o assunto de forma definitiva.  

segunda-feira, 25 de março de 2024

Youtube Automotive Vídeo: Todos os sons das marcas

Todos os dias somos bombardeados com publicidade de alguma marca de automóvel, certo? 

Então, e alguma vez pensaram em fazer um vídeo de todas as marcas que consigam buscar na televisão e noutros meios? Se sim, não se preocupem, porque... já está feito! 

domingo, 24 de março de 2024

Formula 1 2024 - Ronda 3, Melbourne (Corrida)


Depois de duas semanas seguidas nas Arábias, uma longa passagem pela Ásia-Pacifico, com a Austrália a ser a primeira de três paragens, que incluirão a China  o Japão, que encherão o mês de abril.  Aqui entre nós, acho engraçado que agora, para as três corridas seguintes, estas aconteçam de madrugada. Primeiro aqui, em Melbourne, depois em Suzuka, palco do GP japonês (e por fim, mudaram a corrida para a primavera, para fugirem dos tufões!) e depois, na China, que cinco anos depois, esta de volta ao calendário. 

O boletim meteorológico estava bom, e claro, tínhamos os milhares de espectadores que afluíram ao Albert Park, que, mais do que querer saber quem venceria - à partida, existe essa certeza de quem sairá dali vencedor - mas sobretudo, para apoiar os locais, como Oscar Piastri e Daniel Ricciardo. 

Parecia que seria uma corrida normal para os padrões de 2024, mas no final... as coisas saíram de forma bem diferente.


Mas comecemos pela partida. Esta começou com Max a ir-se embora de Sainz Jr, Norris, Leclerc e do resto do pelotão. Pérez não conseguiu aguentar a investida inicial de Russell e perdeu o sexto lugar para o piloto da Mercedes. A maior parte dos pilotos começavam com médios, exceto Hamilton, que ia com moles.

Contudo, o sinal das coisas a mudarem aconteceu logo na segunda volta, quando Carlos Sainz Jr se aproximou velozmente de Max Verstappen... e o passou! Quem diria! Parecia existir uma razão para ter despertado a meio da noite! 


Na quarta volta, fumo começou a sair da traseira do Red Bull de Verstappen e as pessoas começavam a pensar no impossível: que o carro era vulnerável. Desacelerou até às boxes e todos ficaram espantados: ele ia desistir! E claro, tudo baralhava e voltava a dar. Não muito tempo depois, as primeiras paragens, para trocar de pneus, com quase toda a gente a mudar para duros, ver se conseguiam ir mais longe possível. Com isso, os Ferrari estavam na frente, e entre eles estava o Aston Martin de Fernando Alonso, tentado aproveitar alguma coisa. 

E na volta 17, a segunda desistência do dia. E não era qualquer um: era o Mercedes de Lewis Hamilton! O motor tinha falhado e o carro encostava-se à berma, causando um Safety Car Virtual. Com isso, Alonso foi às boxes, tentando aproveitar a ocasião, e os Ferrari iam para a frente, seguido pelos McLaren, com Piastri na frente de Norris. Pérez era... sétimo, mas a pressionar George Russell para focar com o seu lugar, que conseguiu. O mexicano lá recuperou terreno. Passou Alonso na 27ª volta, pouco antes da metade da corrida.

A partir desta altura, os pilotos trocavam novamente de pneus, com Leclerc a ir às boxes na volta 35, esperando que os McLaren fizessem a mesma coisa. À saída, apanhou Alonso e Pérez, que estavam a lutar por posição, e apesar das pressões de ambos, aguentou. Mais tarde, quando os McLaren foram às boxes, recuperou o segundo lugar, a caminho de uma dobradinha que já mereciam há muito. 

O final foi... estranho. Começou com um acidente. George Russell acidentou-se e causou a amostragem das bandeiras amarelas no momento em que Sainz Jr cruzava a meta e todos comemoravam nas boxes. Os comissários acharam depois que Fernando Alonso, que ia na sua frente e defendia a posição dos ataques do piloto britânico, lhe fez "breaking test", com ele a ficar sem ar e sem capacidade de virar adequadamente, acabando por ir para a parede e depois, no meio da pista. No final, os comissários penalizaram o piloto em 20 segundos, acabando por cair de sexto para oitavo.


Mas claro, no meio disto tudo, os Ferrari comemoravam a dobradinha e mostravam ao mundo que existia vida e competição para além da Red Bull. Agora, mais duas semanas até Suzuka, e o resto do pelotão irá querer que haja mais problemas nos carros de Milton Keynes, para haver mais diversão no Mundial. E claro, todos sigam a formula de sucesso do filho de Carlos Sainz: tirarem os apêndices!      

sexta-feira, 22 de março de 2024

Formula 1: Williams tira carro a Sargent


A Williams tirou esta manhã o chassis a Logan Sargent no GP da Austrália depois do seu outro piloto, Alex Albon, embateu o seu chassis FW46 contra a parede nos primeiros treinos livres do GP da Austrália. 

Depois do chassis ter sido recolhido às boxes, a Williams chegou à conclusão mais radical, que é o de retirar o chassis a Sargent. A Williams tinha dois chassis disponíveis na Austrália e, devido às distâncias para o Reino Unido, não era possível enviar um da fábrica a tempo para a qualificação.    

James Vowles, chefe de equipa da Williams, explicou a decisão: "Estamos muito dececionados com os danos sofridos no chassis e temos que retirar o carro. É inaceitável numa Formula 1 moderna não termos um chassis de substituição, mas é um reflexo de como tem sido o nosso inverno e demonstra por que razão temos que enfrentar muitas mudanças para melhorar no futuro. Tivemos que tomar decisões difíceis esta tarde, o Logan não deveria sofrer por um erro que não cometeu, mas cada corrida conta, então decidimos com base no nosso melhor potencial para somar pontos este fim de semana".

Para Sargent, que tinha o 14º tempo na segunda sessão de treinos livres do GP australiano, não deixou de demonstrar a sua desilusão: "É o momento mais difícil que me recordo na minha carreira, nada fácil".

Também Alex Albon, o piloto que sofreu o acidente que levou à cedência do chassis, admitiu o embaraço da situação. "Nenhum piloto quer ceder o seu lugar, nunca quereria que isto acontecesse. Só posso fazer o meu trabalho, que é trabalhar da melhor forma possível".

A qualificação do GP australiano acontecerá na madrugada de amanhã.

quarta-feira, 20 de março de 2024

O projeto do regresso da Lancia aos ralis


A Lancia está a fazer o seu regresso ao mundo, depois de alguns anos remetido a Itália e ao seu modelo Ypsilon. Agora com um novo carro, o Grupo Stellantis está a montar o projeto para o regresso ao WRC, que em principio, será em 2026.

Contudo, por agora, o projeto está temporariamente suspenso à espera da publicação dos regulamentos detalhados dos novos carros para 2026 nas classes Rally 1 e Rally 2, dos quais a FIA já anunciou que serão divulgados no próximo mês de junho.

Quase ao mesmo tempo, a marca trabalha o projeto Ypsilon Rally 4, um troféu monomarca que pretendem começar a funcionar em 2025, numa espécie de preparação para o regresso aos ralis. Além disso, o "badge" HF, que será usado nas versões de alta performance da Lancia, já foi revelado ao mundo. 

Tudo isto vem na sequência das declarações do CEO da Lancia, Luca Napolitano, que afirmou recentemente em Milão que o projeto desportivo está a avançar. "Se voltaremos aos Ralis? Estamos a trabalhar nisso", afirmou.

terça-feira, 19 de março de 2024

Youtube Automotive Video: Gandini e a noção da beleza

Nos dias que passam desde a morte de Marcello Gandini, coloco aqui uma entrevista que o Davide Cironi fez ao desenhista em 2018, onde fala sobre a sua vida e os carros que desenhou. E aqui, fala sobre alguns critérios de beleza. E se houve algum automóvel que gostaria de ter desenhado. 

segunda-feira, 18 de março de 2024

The End: Joaquim Santos (1952-2024)


Joaquim Santos, quatro vezes campeão nacional de ralis, e o piloto da mítica equipa Diabolique, que correu com um Ford Escort de Grupo 4, e depois, num RS 200, morreu nesta segunda-feira, aos 71 anos. Estava doente há algum tempo, e o anuncio foi feito na página do Facebook da Diabolque.

Nascido a 9 de junho de 1952, em Penafiel, a sua carreira passou essencialmente pela equipa mais carismática dos ralis em Portugal, a Diabolique, construída no Porto graças à paixão de Miguel Oliveira, seu navegador e a pessoa que montou a equipa mais organizada dos ralis portugueses nos anos 80, que durou até 1990, andando sempre com máquinas Ford. Primeiro com o 1800 de Grupo 4, depois com o RS200 de Grupo B, e no final, com o Sierra Cosworth de Grupo A.

A sua carreira de piloto de ralis iniciou-se em 1974, num Datsun 1200, no rali do Sport Clube do Porto. Dois anos depois, começou a participar no primeiro rali de Portugal, num Datsun 1200, acabando na 11ª posição. Em 1979, trocou por um Opel Kadett GTE, onde conseguiu um oitavo lugar no rali de Portugal, no mesmo ano em que conseguiu a sua primeira vitória, no rali James/Póvoa de Varzim. Dois anos depois, em 1981, começou a participar na Diabolique, ganhando no Rali Internacional Douro Sul, a bordo do Ford EScort 1800 de Grupo 4. 


Em 1982, ganhou o primeiro dos seus quatro títulos nacionais de ralis, com nove vitórias, incluindo triunfos no Algarve, Rota do Sol, Açores, Camélias, Volta a Portugal, entre outros. Repetiu o título em 1983 e 84, contra uma concorrência que tinha Joaquim Moutinho, num Renault 5 Turbo, e António Rodrigues, num Lancia 037. Foi nono no rali de Portugal de 1983, o seu melhor resultado de sempre. 

Quando perdeu o campeonato nacional, em 1985, a favor do Renault de Moutinho, a Diabolique decidiu ir buscar um carro de Grupo B, o RS200. Chegado a tempo do Rali Sopete, em Espinho, onde desistiu por causa de uma quebra na caixa de velocidades, o rali seguinte foi o de Portugal, onde na classificativa da Lagoa Azul, despistou-se, causando três mortos e mais de meia centena de feridos. Os pilotos de marca acabaram por se retirar, alegando falta de segurança, e dois meses depois, com o acidente fatal de Henri Toivonen, na Córsega, os Grupo B foram banidos. Apesar de tudo, ganhou quatro ralis, um deles o Rota do Sul, e o outro o Algarve. 


Em 1987, ficou com o Sierra Cosworth de Grupo A, onde foi nono no rali de Portugal e vitórias no Rota do Sol e Alto Tâmega. Vice-campeão em 1988 e 1990, a partir de 1991, com o final da Diabolique, passou para a Toyota, onde a bordo de um Celica, acabou por ganhar o campeonato nacional de ralis em 1992, onde foi oitavo classificado no rali de Portugal. No final dessa temporada, decidiu pendurar o capacete, em termos competitivos.

Em 2007, regressou às provas, neste caso dos Clássicos, no mesmo Ford Escort 1800 que competiu 25 anos antes, mostrando novamente o seu estilo de pilotagem espetacular.      

Um excelente piloto nas classificativas, fora delas era uma pessoa calma, introvertida, e simpática. Contudo, o seu estilo arrojado fazia com que tivesse uma enorme legião de fãs, que acompanhavam-no com fervor e admiração, bem como à Diabolique Motorsport, que marcou uma era. 

Foi-se o humano, a lenda fica para a eternidade. Ars longa, vita brevis. 

Youtube Automotive Vídeo: Cirone entrevista Gandini

Na semana que se soube da morte de Marcelo Gandini, aos 85 anos, os tributos a um dos desenhistas mais geniais da segunda metade do século XX aconteceram um pouco de todo o lado. E quase ao acaso, acabei por descobrir, num dos mais canais de Youtube favoritos, o do italiano Davide Cironi, que para além de recuperar carros de um passado recente, também fala com gente importante do mundo do automóvel.

Esta entrevista a Gandini é de 2018, e aqui, fala essencialmente como nasceram carros icónicos que vão desde o Miura até ao Stratos, passando pelo Counthach e o X1/9, boa parte deles projetos que foram para a Lamborghini, mas também acabaram nas mãos e outras marcas, como a Lancia e a Fiat, porque todos eles partiram da casa Bertone, onde trabalhou entre 1965 e 1980. 

Nos próximos dias colocarei outro vídeo sobre Gandini, e o assunto será outro. 

The End: Kenjiro Shinozuka (1948-2024)


O japonês Kenjiro Shinozuka, antigo piloto de ralis e vencedor do Dakar pela Mitsubishi, morreu esta segunda-feira aos 75 anos, em Suwa, na província de Nagano. Ele sofria de em cancro do pânceras há algum tempo. As suas últimas aparições públicas aconteceram no ano passado, com a sua introdução do Hall of Fame do automobilismo japonês em 2022 e em 2023, fez parte da equipa de segurança do WRC no Rally do Japão.

Essencialmente piloto da Mitsubishi - mas depois também correu pela Nissan, na parte mais tardia da sua carreira - ele ganhou dois ralis no WRC, ambos na Costa do Marfim, em 1991 e 92 - antes de ganhar o Rally Dakar em 1997, sendo o primeiro japonês a realizá-lo.

Nascido a 20 de novembro de 1948 em Ota, na província de Tóquio, começou a correr aos 19 anos, em 1967, nos ralis, especialmente nos africanos. A sua estreia foi no Rali Safari de 1976, mas foi em 1989 que conseguiu os seus primeiros grandes triunfos, quando ganhou o primeiro Campeonato Ásia-Pacifico, essencialmente acabando na primeira posição no Himalayan Rally, ao volante de um Mitsubishi Galant VR-4.

Participando essencialmente nos ralis africanos - Quénia e Costa do Marfim - foi neste último país onde alcançou os seus melhores resultados, ao triunfar em 1991 e 92, mas também foi segundo classificado no Rali do Quénia de 1994, antes de se concentrar nas areias do deserto do Dakar, onde já participava desde 1986.


Ali, os primeiros resultados de relevo foram dois pódios, um terceiro lugar em 1987 e um segundo em 88, logo atrás do vencedor, Juha Kankkunen, no seu Peugeot. Regressaria aos pódios ao ser terceiro em 1992 e 95, antes do seu grande feito, em 1997. Guiando um Mitsubishi Pajero, conseguiu aguentar as areias do deserto e evitar as suas armadilhas, antes de chegar a Dakar como o vencedor, a prikeira grande vitória alcançada por um piloto japonês.

A associação com a Mitsubishi acabou em 2002, não sem antes ter sido segundo em 1998 e terceiro em 2002. Passou para a Nissan, mas logo em 2003 sofreu um acidente sério, capotando a alta welocidade numa duna e sofrendo fraturas faciais. Colocado em coma induzido, acabou por recuperar dos ferimentos e regressou em 2004. O seu último rali foi em 2006, onde terminou num modesto 59º lugar na geral.    

sábado, 16 de março de 2024

Formula E: Bird triunfa em São Paulo


O britânico Sam Bird triunfou esta tarde em São Paulo, numa corrida decidida na última volta, quando o piloto da McLaren superou o carro de Mitch Evans, para conseguir o seu primeiro triunfo na temporada. Oliver Rowland ficou com o lugar mais baixo do pódio, depois de um duelo ao último metro com Pascal Wehrlein e Jake Dennis. António Félix da Costa, no segundo Porsche, conseguiu também os seus primeiros pontos, ao ser sexto classificado na corrida paulista. 

Partindo de quinto na grelha, Bird viu Wehrlein a ir bem na partida, ganhando alguns metros perante a concorrência, na primeira de 31 voltas à pista desenhada à volta do Sambódromo do Anhembi, no centro da metrópole paulista. Vandoorne era o segundo, e foram esses dois os primeiros a irem para o Attack Mode, na terceira volta, para conseguirem dois minutos de potência extra. Ali, Bird ficou com a liderança, mas pouco depois, ele foi para o Attack Mode, também para dois minutos, perdendo a liderança para os Porsches de Werhlein e Felix da Costa.

O português ficou com a liderança pouco depois, e na volta 9, os Porsches foram para o Attack Mode, com o alemão a fazê-lo pela segunda vez, com Bird a ficar com a liderança... por alguns instantes, antes de ser passado por Evans, no seu Jaguar. As ultrapassagens aconteciam frequentemente, e por vezes, existiam três carros lado a lado, especialmente nas retas. 

Na volta 16, a primeira desistência, quando Nick Cassidy ficou de fora da corrida, por causa de um acidente que quebrou a sua asa dianteira, e depois, o fez bater no muro, acabando na escapatória. Safety Car na pista, para recolher os destroços do Jaguar, e a corrida recomeçou na volta 20, com Bird na frente de Evans e dos Porsches, com o Andretti de Jake Dennis em terceiro. 

Evans não demorou muito até ficar com o comando da corrida, mas Bird não desistiu, e agora, começou a haver um duelo entre os dois que só se resolveu na volta final, com o britânico a conseguir passar o neozelandês, para ficar com a vitória. Atrás, Dennis tentava aguentar os ataques de Rowland e Wehrlein, e perdia o lugar mais baixo do pódio para o piloto da Nissan.

Com isto, Cassidy, apesar da retirada, continua a liderar, com 57 pontos, seguido por Wehrlein, com 53, e Evans e Vergne, ambos com 39. Agora, a Formula E ruma a Tóquio, onde correrá o primeiro ePrix em ruas japonesas.